prática perfeita

prática perfeita




Nada se aprende num dia.
Mesmo o talento precisa de prática. A perfeição chega com a perseverança, com o erro, com pequenas conquistas. E ainda assim nunca se chega ao fim, há sempre o que aprender. Mas é este processo contínuo de aprendizagem, de aperfeiçoamento que nos cativa. É esta conquista permanente que faz crescer o amor por um ofício.  E é apoiada nesta certeza que a primeira coisa que digo a quem comigo quer aprender a fazer crochet é que não vão sair de um workshop a saber fazer crochet, nem provavelmente o saberão dali a uma semana ou mês. Tudo o que vão conseguir é aperfeiçoar a forma de pegar a agulha, a forma de lidar com a linha nos dedos, conseguir quase a mesma tensão em todas os pontos… E isto tudo se perseverarem, se não desistem, se não se sentirem derrotadas por tão simples instrumentos, uma agulha e uma linha.

A exigência é companheira de um mestre.
Não querendo chamar esse título para mim mas sim querendo ser a melhor transmissora de conhecimento que possa ser, tenho-me empenhado em conhecer o que está escrito sobre crochet e seus pontos, as formas de os representar, de os fazer e suas variações, as formas de os chamar. Saber fazer é uma coisa, saber ensinar é outra e não sei o que será mais difícil. Sei que ao ensinar também aprendo e no final de uma aula a minha satisfação é igual à de quem aprendeu.

E se dúvidas haviam fica a constatação: há de facto um vírus que se pega e não nos larga, um vírus chamado “saber fazer”. No final de contas, o que nos satisfaz e realiza é a criação, a obra que nasce das nossas mãos, da nossa criatividade, das nossas concepções, seja em que área for, seja da forma for. O homem é-o pela criação.

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