Quando oiço música só oiço música.
Não gosto de música ambiente.
Não gosto de música para distrair.
Não gosto que ouvir música seja uma tarefa secundária.
O nosso mundo está invadido de música mas creio que não lhe seja dada a devida importância.
Por várias vezes fui olhada de canto quando me sugeriam para ouvir música no meu local de trabalho e eu simplesmente dizia que não. “Não gostas de música?…” Dá-se precisamente o contrário: a música absorve-me de tal maneira que me é impensável associá-la a outra actividade (a não ser a dança, claro!).
Ou se lê ou se ouve música.
Ou se estuda ou se ouve música.
Ou se corre ou se ouve música.
Ou se come ou se ouve música.
Não sou radical mas se pensarmos bem, a música associada a outra actividade não passa de ruído. Ruído a que estamos de tal maneira habituados, neste mundo buliçoso, que o nosso corpo exige. A música de fundo é mais ou menos como uma televisão a dar para as paredes, não é que alguém esteja a ver mas faz ruído, parece que conforta. Mas é de silêncio que o corpo precisa!
Experimentem desligar a televisão sempre que não a estão a ver. Desligar a música sempre que não a estão a ouvir. Que silêncio! Eu aguento.
Disponibilizarmo-nos para ouvir música e não fazer mais nada é um respeito que toda a música e os artistas que a criaram merecem, é dar-lhe a devida importância, a devida apreciação. E o efeito em nós é imensamente maior e melhor!
Sentar-me num sofá e ouvir um CD de início ao fim, cantar todas as canções é uma das minhas actividades favoritas, que mais bem disposta me deixa, eu diria, que mais elevada me deixa.
Hoje é Dia Mundial da Música.