“Os pais estão sempre a transmitir valores, o problema é esse! Mesmo quando mostram aos filhos que eles não são prioritários nas suas vidas, pois não fazem prescindir do seu trabalho nem dos seus horários, os pais estão a educar, embora de forma negativa. Penso que o drama dos pais é estarem sempre presentes na vida dos filhos, mesmo quando estão ausentes.”, Cecília Galvão
Este é um pequeno trecho de uma entrevista que acabo de ler. Uma entrevista a três: a Paulo Oom, pediatra; Cecília Galvão, psicóloga e Patrícia Bandeira, educadora. Saiu na revista Pública de 06 de Janeiro deste ano (é sempre bom guardar estas revista, há um artigo ou outro que nos suscitam curiosidade tardia). “Mal Educados” é o título que a jornalista deu a esta entrevista, nela se abordou muitos dos problemas e dilemas que os pais hoje enfrentam, principalmente porque se sentem inseguros no seu papel de educadores e por isso mesmo não sabem usar a autoridade essencial a que têm direito.
Educa-se por palavras e não por exemplos, segue-se modelos de materialismo e não de valores. Procura-se pacotes de soluções educativas quando nem os pais sabem como querem educar os seus filhos e não prevêm que tipo de adultos estão a formar. Não se pensa a longo prazo e o curto prazo preenchido com playstations que dêm descanso aos pais é a solução escolhida. No final os três profissionais apontam três tópicos sobre os quais é necessário reflectir, discutir e trabalhar: exercer autoridade; encontrar alegria no desempenho da maternidade/ paternidade e confiança e verdade, confiança nos valores pessoais e “verdade nos sentimentos, verdade na partilha, verdade nos valores”.